Quadro de Tarsila do Amaral foi um dos roubados pela quadrilhaReprodução

Rio - A Polícia Civil realiza, na manhã desta quinta-feira (9), uma operação para prender quatro pessoas, acusadas de dar um golpe milionário em Geneviève Boghici, viúva de Jean Boghici, considerado um dos maiores negociadores de obras de arte do Brasil, que morreu em 2015. Segundo a corporação, três pessoas foram presas e uma já é considerada foragida. 
Diana Rosa Stanesco Vuletic, Jaqueline Stanesco, Gabriel Nicolau Hafliger e Slavko Vuletic são acusados de estelionato, extorsão, roubo, sequestro, cárcere privado e associação criminosa. Jaqueline e Gabriel Nicolau foram presos em casa. Slavko já cumpre prisão em regime semiaberto e foi notificado. Diana está foragida.
Sabine Coll Boghici, 49 anos, filha de Geneviève Boghici morreu após cair do 5º andar de um prédio na Lagoa, na Zona Sul do Rio, em setembro do ano passado. Ela estava em liberdade provisória desde março do ano passado depois de ser presa por roubar 16 quadros, incluindo obras de Tarsila do Amaral e de Di Cavalcanti, do acervo do pai. 
Na época, a quadrilha se apresentava como videntes e roubaram da mãe de Sabine cerca de R$ 725 milhões entre obras de artes, joias e dinheiro. A operação ocorreu em 2022, após a idosa, de 82 anos, ter sido ludibriada pelo grupo que ofereceu tratamento espiritual em troca de vultuosos pagamentos.  
Ao desconfiar que a ação fosse um golpe, a idosa não quis mais realizar as remessas de dinheiro, ocasião em que passou a ser mantida em cárcere privado, em seu apartamento na Zona Sul, entre fevereiro de 2020 e abril de 2021, pela própria filha. A idosa descobriu, então, que todo o golpe havia sido articulado pela filha, que também passou a vender obras de arte para uma galeria em São Paulo.
Entre as obras levadas pela filha para a venda na galeria estavam 'O Sono', de Tarsila do Amaral; 'O menino', de Alberto Guignard; 'Mascaradas', de Di Cavalcanti; 'Maquete para o meu espelho'; de Antônio Dias; e 'Elevador Social'; de Rubens Gerchman. Duas obras foram vendidas para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, na Argentina, e ainda não foram recuperadas.